Brunch - Uma doce manhã de Agosto -

Quando imaginei um cenário para esse brunch, pensei numa casinha modesta no alto de uma colina. Assim como em uma casinha de pastores, logo ao amanhecer, se vê uma fumaça flutuando pela chaminé afora. Lá dentro há uma porção do leite do dia sobre uma fogueira feita com gravetos. Na panela, alguma coisa boa para comer junto com um pedaço de favo de mel partido, gotejante. Quem sabe não seria um pedaço de queijo fresco? Contrastando o sal do queijo com a doçura do mel, o pastor, inconscientemente, anseia pelo dois sabores, um exaltando o outro. E, ao compor esta refeição, ele sacia sua fome de uma forma mais completa do que faria se comesse apenas o queijo ou se ficasse apenas com o mel. Os primeiros pastores eram verdadeiros gourmets colhendo e reunindo produtos enquanto caminhavam, sempre atentos às refeições.
Para criar esse clima de rusticidade e simplicidade usei móveis antigos desgastados, utensílios de alumínio, louças transparentes, tinta de lousa para simular, com desenhos, os pássaros, as tortas e as xícaras e copos na janela. Cortininha de babados no móvel, licoreira com tampa no formato de laranja e inventei um prato onde conchas são os pés e  o apoio para os canapés. Aqui as conchas também são suportes para os cupcakes. Nas mesas dos convidados, agrupei os guardanapos e fiz uma única amarração. Copos, talheres e pratos também foram agrupados no centro das mesas e faziam companhia para as pequenas gavetas repletas de suculentas, ranúnculos aspargos plumosos e prateas. Já,  em outras mesas, vidros antigos exibiam as mesmas flores.

Fotos: Nalini Ruguê